José Saramago
Sinopse I:
O livro conta uma história humanizada da vida de
Jesus e alude a uma sua eventual relação com Maria Madalena (no livro, foi com ela
que Jesus "conheceu o amor da carne e nele se reconheceu homem").
Ao adoptar essa perspectiva, de humanização de
Cristo, distante da representação tradicional do Evangelho Saramago coloca que a
propagada histórica da crucificação de Jesus, "um revulsivo forte,
qualquer coisa capaz de chocar as sensibilidades e arrebatar os
sentimentos", resultou na imposição de "uma história
interminável de ferro e de sangue, de fogo e de cinzas, um mar infinito de
sofrimento e de lágrimas", de acordo com a sua visão de mundo, segundo a qual “por causa
e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o
mais horrendo e cruel", e que, "no fundo, o problema
não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama.
Denuncio as
religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade.
São palavras duras,
mas há que dizê-las".
Isso levou a que o livro fosse
considerado ofensivo por diversos sectores da comunidade católica, a que ele
sofresse perseguição religiosa em
seu próprio país, e a que o governo português,
pressionado pela Igreja Católica e por meio do então Subsecretário de
Estado da Cultura de Portugal, Sousa Lara, vetasse este livro de uma
lista de romances portugueses candidatos ao Prémio Aristeion por
"atentar contra a moral cristã".
Em
reacção a este acto do Subsecretário de Estado, que considerou censório,
Saramago abandonou Portugal, passando a residir na ilha de Lanzarote, Ilhas Canárias[9] , onde permaneceu até a sua
morte.
fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Evangelho_segundo_Jesus_Cristo
Sinopse II:
"«É a obra
mais polémica de José Saramago e aquela que, indirectamente, o levou a sair de
Portugal e a refugiar-se na ilha espanhola de Lanzarote.
Ficou para a história
o desentendimento com o então subsecretário de estado da Cultura Sousa Lara,
que considerou o livro ofensivo para a tradição católica portuguesa e o retirou
da lista do Prémio Europeu de Literatura.
Com um José destroçado por ter fugido
e deixado as crianças de Belém nas mãos dos assassinos de Herodes; com uma
Maria dobrada e descrita, logo no início do livro, em pleno acto de conhecer
homem; com um Jesus temeroso, um Judas generoso, uma Madalena voluptuosa, um Deus
vingativo e um Diabo simpático, não era de esperar outra reacção das almas mais
sensíveis e mais devotas do catolicismo português.
E verdadeiramente viperinas
são as várias páginas onde o escritor português se entretém a descrever
minuciosamente os nomes e a forma como morreram os mártires dos primeiros
séculos do cristianismo.
Assim se escreveram os heréticos Evangelhos segundo
Saramago, para irritação de muitos e prazer de alguns. Como convém.» (Diário de
Notícias, 9 de Outubro de 1998)"
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