José Saramago
Sinopse I:
"«Um tempo
múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega
a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936.
Uma
personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um
movimento inverso, logo a começar: ""Aqui onde o mar se acaba e a
terra principia""; o virar ao contrário o verso de Camões:
""Onde a terra acaba e o mar começa"".
Em Camões, o
movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a
regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais
uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a
morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa
morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo.
O fascismo consolida-se em Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de
1998)"
Sinopse II:
O Ano da Morte
de Ricardo Reis é um romance escrito
em 1984 por José Saramago cujo protagonista é oheterónimo Ricardo Reis de Fernando Pessoa. O personagem que empresta
o nome à obra retorna a Lisboa em1936, após uma ausência de 16 anos, e aí se instala observando
e testemunhando o desenrolar de um ano trágico, através do qual o leitor é levado a sentir o clima sombrio em que o fascismo se afirma na sociedade, antevendo-se um futuro negro na história de Portugal, Espanha e Europa.
Na biografia de Ricardo Reis e de Álvaro de Campos,
ao contrário da biografia de Alberto Caeiro, não constam as suas
mortes. Por isso, após a morte de Pessoa, José Saramago aventurou-se a terminar
a história de um deles, o que acha que "sábio é aquele que se contenta com
o espectáculo do mundo".
O autor cria a
sua versão alternativa da história, a que poderia ter sido, fazendo uso de
informações oficiais e misturando-as com fontes oficiosas. Assim, segundo a
professora Ana Paula Arnaut, da Faculdade de Letras de Coimbra, "Saramago
presta uma homenagem aos heróis anónimos", no que o próprio escritor
parece concordar quando afirma, em 1990, no português Jornal de Letras,
Artes & Ideias que quando se refere a corrigir a história não
significa corrigir os fatos da história, mas sim introduzir nela "pequenos
cartuchos" que façam explodir o que até então parecia indiscutível:
substituir o que foi pelo que poderia ter sido.[1]
Saramago
aproveita-se do fato de Fernando Pessoa não ter determinado a data da morte do
protagonista do romance para fazê-lo testemunhar o período em que o fascismo
aos poucos se instalava na sociedade portuguesa. O plano da imaginação cruza-se
então com o da história: Reis vai morrer no mesmo período em que começaria a
longa agonia de Portugal.[1]
"Esfuziam
gritos patrióticos, Portugal Portugal Portugal, Salazar Salazar Salazar, este
não veio, só aparece quando lhe convém, nos locais e às horas que escolhe,
aquele não admira que aqui esteja, porque está em toda parte."[1]
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Ano_da_Morte_de_Ricardo_Reis
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